ANAMARY BILBAO

Portugal, 1986

A memória tem tanto de passado como de presente. É um tipo de consciência do tempo que produz sentidos consciente e inconscientemente, como disse Proust, pela ocupação daquele lugar intersticial do antes no agora. Ocorre tanto de um esforço predisposto de retomar algo (que pensamos estar) perdido, quanto da aceitação passiva da lembrança como um novo passado. É esta memória, subjetiva e dinâmica, que constitui o campo de intervenção da artista. “A sua prática vem sempre da memória de um gesto passado, sempre superado pelas suas réplicas nos seus imperfeitos esforços miméticos (…)”. Escreveu Ana Cachola sobre a prática da artista. O processo de desenho de Bilbao é agora subliminar ao processo fotográfico, que a artista está a explorar