ANTÓNIO NEVES NOBRE
Portugal, 1992
Os desenhos de António Neves Nobre são o resultado de um processo no qual os meios que agem no papel permanecem indefinidos. Essa indefinição nos meios técnicos é um dos eixos nos quais assenta a sua prática artística. Criam-se imagens nascidas de procedimentos que permanecem irreconhecíveis.
No caso dos desenhos apresentados, as marcas de grafite inscritas no papel criam zonas de força com densidades diversas. No lugar dos meios tradicionais, são as mãos em contacto com a matéria – a grafite e o papel -, que desenham. Gera-se um desenho em que é o próprio corpo o responsável pela profundidade alcançada pela visão, tratando-se de um exercício em que a ilusão estabelece um profundo diálogo com a noção de tensão.