Carmen Pastrana
Espanha, 1967
É licenciada em Belas Artes pela Universidade Complutense de Madrid, com uma bolsa de estudo em Segóvia. Em 1999 mudou-se para Nova Iorque por um período de oito anos, onde teve várias exposições, incluindo exposições individuais na Fish Tank Gallery, Penalver Studio e White Box Gallery. Em 2007, recebeu uma bolsa da NY Arts para trabalhar nos seus estúdios em Pequim. Actualmente vive e trabalha em Madrid.
O trabalho dos últimos anos refere-se à forma como estamos a enfrentar as mudanças provocadas pela era tecnológica. Passamos cada vez mais tempo distraídos, egocêntricos e isolados. A utilização massiva da tecnologia e da realidade virtual aumenta as experiências dissociativas e diminui a sensação de presença real. O espaço comum do real desaparece e dá lugar a um redemoinho de bolhas privadas, em que cada um constrói a sua própria realidade personalizada.
Por meio de um excelente desenho, os protagonistas das suas obras aparecem com óculos de realidade virtual atrás dos quais escondem parte do seu rosto e todos os seus pensamentos e atenção. A figura humana desfoca-se, desvanece-se, perde a sua forma e cor, desmaterializa-se, torna-se um fantasma desprovido de vontade. É neste ponto que a artista levanta as suas dúvidas, onde nos interroga sobre a natureza humana, sobre a sua capacidade de introspecção, sobre a dialéctica e a simbiose que estabelecemos com a máquina, sobre este voo contínuo em direcção a um destino incerto.