EVANDRO SOARES
Novo Mundo, Bahía, Brasil, 1975
Evandro Soares é um artista guiado por saber intuitivo que se faz pela vivência na construção do espaço e na elaboração da forma.
O espaço arquitetónico da sua obra é construído pela fina linha de metal pintado de preto que se projeta do suporte, e se prolonga por meio de outra linha da mesma espessura desenhada a nanquim sobre a superfície; a forma fixada perpendicularmente ao suporte ao receber a luz lança sua sombras sobre a alvura do fundo, provocando o embaralhamento das perspetivas e agindo como multiplicadora da visão.
Trata-se de um desenho que se aliena da tradição, com mancha gráfica mínima e subtil, com corpo próprio avançando no espaço tridimensional e expandindo-se no espaço bidimensional, ora como matéria ora como sombra. Desenho sem lugar fixo tal como as escadas suspensas que acessão a cómodos disfuncionais e que ligam o alto ao baixo e vice-versa, tal como cubos que confinam espaços disfuncionais de habitar e de falar, formas que se repetem, se ligam e travam conversações entre si, levando o espectador a percorrer a obra com o movimento silencioso do olhar que se surpreende com o engenho da ilusão.