RUI MOREIRA
Porto, Portugal, 1971
Apresentedo pela GALERIE JEANNE BUCHER JAEGER
O trabalho do Rui Moreira é inspirado nas suas viagens cujos destinos são escolhidos com o maior cuidado. O artista experiencia as mudanças, ambas físicas e psicológicas, inerentes aos territórios que visita: o calor esmagador do deserto, a luz ofuscante do sol, as temperaturas geladas das montanhas onde nasce o rio Ganges, a humidade extrema da selva Amazónica, a solidão e o silêncio quase absoluto…No regresso destas jornadas desenha sem interrupção, executando uma espécie de exercício mnemónico de revivência do ciclo natural de cada espaço, do amanhecer ao anoitecer, por forma a entender todas as suas nuances. Este sentimento intenso situa-se na base da obra de Rui Moreira.
Os seus desenhos alimentam-se também de referências cinematográficas: Tarkovsky, Hitchcock, Herzog, Syberberg ou Kubrick; referências musicais: Bach, Stockhausen, música tradicional Indiana, Japonesa, Portuguesa ou Árabe; ou ainda referências artísticas notáveis, como os frescos de Piero della Francesca. Os trabalhos resultam da repetição de uma ação simples: o artista pacientemente, com envergadura e de forma incessante, preenche o espaço dos seus desenhos até a exaustão física causada pelas condições excessivas de gravidade e do imobilismo, resultando numa intensa meditação memorial.