MARIA SASSETTI
Portugal, 1986
Usando o papel como suporte transversal, trabalho em desenhos, pinturas e instalações de luz.
Os processos que adopto são metódicos, repetitivos e convocam a manualidade. Os elementos representados são objectos simples do dia a dia, mas que guardam uma carga afectiva e contam histórias. Falo sobre a fragilidade dos suportes questionando o observador sobre o tempo de vida dos objectos e dos lugares e sobre a duração da sua própria memória e identidade.
Nas minhas obras recentes, recupero técnicas usadas na infância, como picotar, gotejar e amachucar papel sobre camadas e marcas de tinta e grafite. O meu gesto – repetitivo, cadenciado e falsamente maquinal – marca a passagem do tempo. Gota a gota ou furo a furo, a superfície pictórica ganha textura, relevo e um peso próprio que se assemelha a uma pele.